The Walking Dead 5x07 | Crossed


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Penúltimo episódio antes do famoso hiato de fim de ano de The Walking Dead e confesso que fui surpreendido. Esperava uma trama transitória, que preparasse toda a situação para o Mid-Season Finale, mas, ao invés disso, tivemos um capítulo que não perdeu tempo com explicações tolas ou cenas desnecessárias, abraçando todas as subtramas e alinhando-as para o que vem pela frente. É, tudo caminha para uma grande temporada. Ou será cedo dizer?

Logo de início o 5x07 não se mostrou preocupado em exibir uma cena de Noah saindo da mata junto de Daryl, e nem precisava. Ficou claro para o espectador que eram os dois que chegavam naquele momento. Esse tipo de decisão respeita a inteligência de quem assiste a série e acaba tornando a narrativa mais ágil, sem tempo a perder. O mesmo acontece mais a frente, quando vemos o grupo de Rick conversando sobre um plano em que disparariam um tiro para atrair os vigilantes do hospital, para, minutos depois, vermos o ato acontecendo através do rádio de Dawn.

Se por um lado TWD respeita nossa inteligência em prol da narrativa, é justamente por ela que a série insiste em gerar conflitos mal estruturados para mover a trama. Fracas soluções de roteiro que ainda a impedem de figurar entre os melhores dramas em exibição na TV atual. Em Crossed tivemos 2 bons exemplos. O primeiro quando a equipe de Rick rende a dupla de policiais, todos vindo da mesma direção (onde estava o planejamento tático dessa ação, xerife?) para, logo depois, serem surpreendidos pelo 3º policial. O segundo, quando Sasha infantilmente confia em um dos "inimigos" durante sua fragilidade emocional, provavelmente arruinando os planos da equipe.


Falando especificamente do drama de cada personagem, tenho gostado bastante da abordagem dada ao Padre Gabriel. Imagino o imenso conflito que ele deve sentir, como mostrou a cena em que tenta sem sucesso matar uma walker que tinha um crucifixo no pescoço. Por outro lado, algumas de suas atitudes impedem que possamos confiar plenamente em sua pessoa, como, por exemplo, a fuga sorrateira da igreja (mais uma de suas atitudes covardes). No local ficaram apenas Carl, Judith e Michonne. Aliás, foi só eu ou rolou um interesse da espadachim em Gabriel? Tive essa impressão, mas talvez fosse apenas a má interpretação costumeira da atriz.

De volta a Atlanta, Rick mantém sua constante batalha com sua humanidade, sendo constantemente lembrado por seus companheiros a manter a piedade ao invés de simplesmente assassinar qualquer um que cruza seu caminho. Um dos melhores momentos do episódio, aliás, foi quando Daryl o trouxe para a realidade, logo após acertar o policial COM A CABEÇA DE UM WALKER! Sim amigos, Mr. Dixon segue ostentando o posto de personagem mais foda da série, com mais uma aula de como sobreviver ao apocalipse zumbi com emoção.

O drama de Sasha (que agora veste a antiga jaqueta de Bob), além de ter servido para gerar o conflito final desse 5x07, também acabou servindo como um alento aos espectadores com relação a Tyreese. Livre de Judith após tanto tempo (a babá da vez é Michonne), o personagem pôde mostrar-se realmente útil, ajudando a irmã com bons conselhos que ajudaram a nos mostrar a sua perspectiva com relação ao cenário em que vivem, melhorando nossa visão para com ele, que até qui vem mostrando-se uma decepção.


Por fim, ainda houve tempo para acompanharmos um pouco mais da trajetória de Glenn e Maggie. O primeiro, em uma jornada em busca de suplementos, acabou aproximando-se um pouco mais de Rosita (que teve tempo de mostrar a que veio) e Tara (que vem mostrando-se uma personagem bem carismática). É bacana vermos como Glenn evoluiu desde a primeira temporada da série, demonstrando maturidade e um espírito de liderança invejável.

Maggie esteve empenhada em trazer Abraham de volta a sanidade, ao passo que também cuidava do bem-estar de Eugene, que passou o episódio inteiro nocauteado. Gostei da forma como mostraram que o falso cientista mentiu para tentar sobreviver, utilizando da única arma que sabe lidar: sua inteligência. Podemos julgá-lo? Claro que podemos. Mas, talvez, não condená-lo. De positivo posso destacar a também a evolução de Maggie como personagem. Sua forma de lidar com o conflito me fez lembrar do velho Hershell: firme quando preciso, amável quando necessário. #saudades

Semana que vem devemos ter o aguardado conflito entre os liderados por Rick e os "soldados" de Dawn. Será que Beth e Carol terão seu resgate? A loirinha tem sabido se virar bem no hospital, mas até quando? Nos resta aguardar.

Até semana que vem!

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